A ex-cangaceira Aristéia Soares de Lima, de 98 anos, morreu na tarde deste sábado (28) no Hospital Nair Alves de Sousa, em Paulo Afonso, no nordeste baiano. Ela estava internada desde a última segunda (23), com complicações estomacais. Aristéia, que vivia com os filhos na cidade de Delmiro Gouveia, em Alagoas, era uma das últimas remanescentes do cangaço. Ela dizia sempre que era perguntada que não tinha saudades do tempo em que viveu na caatinga, fugindo das volantes. Lúcida, a ex-cangaceira relatou em uma entrevista dada em 2008, que a vida dos cangaceiros melhorou após a morte de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião. Segundo ela, os integrantes das volantes minimizaram a perseguição aos cangaceiros após a década de 1940, quando o movimento liderado por Lampião acabou. “Sou mais feliz hoje do que no tempo do cangaço. Foi um tempo muito sofrido”, dizia. Desde o fim do cangaço, Aristéia permaneceu durante décadas no anonimato, tentando esconder o fato de que tinha feito parte do movimento liderado por Lampião, conduta que se percebeu comum entre ex-cangaceiros. Ela foi redescoberta em 2007, durante pesquisas do historiador e especialista em cangaço, João de Sousa Lima.
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