sábado, 6 de setembro de 2014

Palestras e garoto propaganda: a vida do técnico Andrade longe dos campos

Andrade viu problemas no Fla de Ney Franco, mas acredita na recuperação (Foto: Reprodução SporTV)Longe dos gramados, Andrade tem aproveitado tempo disponível para aprimorar o trabalho como treinador (Foto: Reprodução SporTV)
Longe dos holofotes de quem acompanha o futebol, mas com a mesma fala mansa e cordialidade que marcaram os seus longos anos de experiência nos gramados, Andrade, ídolo do Flamengo como jogador e técnico, continua resistindo às barreiras do tempo e buscando forças para superar as dificuldades da profissão. O comandante, desempregado desde junho quando se desligou do São João da Barra, tem se dividido entre palestras, estudos para aprimorar o trabalho e até mesmo usado sua imagem forte para servir como garoto propaganda em lançamentos de algumas lojas esportivas pelo país.
Sem constrangimento, o técnico abre o jogo para revelar como está a vida nos últimos meses e como tem feito para se manter atualizado.
- Nesse período em que estou parado tenho procurado me atualizar muito. Estou acompanhando todos os jogos que posso para não perder nada. Estou procurando ver o que está acontecendo de diferente no Brasil e lá fora. Tenho participado também de alguns eventos, algumas palestras sobre futebol, e participado de lançamentos de lojas e algumas competições. Semana passada estive em Brasília participando de um evento, esta semana estou no Rio. Assim tem sido - declarou.
O último trabalho de Andrade foi à frente do São João da Barra. O treinador comandou a equipe sanjoanense na Série B do Carioca e disputou 16 partidas, obtendo um saldo de 10 vitórias, três empates e três derrotas. Apesar dos números favoráveis, na ocasião, o clube não conseguiu o tão sonhado acesso. O que não deixa de ser um saldo positivo, conforme afirma o treinador.
Andrade e Junior Sena estudam a melhor formação para a estreia do São João da Barra na Série B (Foto: Fabio Menezes-ASCOM ECSJB) 
Último trabalho de Andrade foi à frente do São João da Barra, na Série B do Rio 
(Foto: Fabio Menezes-ASCOM ECSJB)
- Meu último trabalho foi no São João da Barra. Eu tive uma experiência positiva no clube, apesar de não ter conseguido o acesso. Fomos os campeões do interior (título dedicado à melhor equipe do interior do estado da Série B do Carioca) e conseguimos vencer todos os jogos em casa. Revelamos também alguns jogadores da base. Por isso, avalio que foi uma experiência positiva.
Em todo esses três meses longe da beira do campo, Andrade conta que foi procurado apenas por uma equipe desde então. Trata-se do Mamoré, time que vai disputar o Campeonato Mineiro de 2015. Porém, segundo o treinador, o clube apenas o contatou e a conversa ainda não evoluiu devido à distância para o início dos trabalhos. 
- Houve apenas uma procura nesse período. Foi do Mamoré, clube de Minas. Conversei com um coordenador do clube. Mas conversamos e o contrato é só para comandar o time no começo de 2015. Foi uma conversa inicial apenas. Por enquanto, algo frio. Apenas um contato mesmo - disse.
dança das cadeiras é prejudicial
Andrade, técnico do São João da Barra (Foto: Fabio Menezes-ASCOM ECSJB)Andrade elogia diretoria do Cruzeiro pela manutenção do técnico Marcelo Oliveira no clube (Foto: Fabio Menezes-ASCOM ECSJB)
Com a experiência de ter conduzido o Flamengo ao título do Brasileirão de 2009 na bagagem, Andrade se posiciona sobre a sucessiva troca de treinadores no Brasil para exaltar a instabilidade da profissão. Somente na Série A do Brasileiro, em 19 rodadas disputadas, 18 técnicos já foram substituídos. Números que levam o comandante a parabenizar a postura dos dirigentes do Cruzeiro em manter Marcelo Oliveira à frente da equipe por um longo período. De acordo com Andrade, a explicação para o sucesso da Raposa tem forte ligação com a manutenção do treinador.
- Essa sucessiva troca de treinadores que estamos vendo no Brasil faz parte da cultura do país. Já vem acontecendo há muitos anos. Eu costumo dizer que todos os treinadores são apenas interinos, porque não param nos clubes. São poucos os que conseguem ter uma sequência. Se você consegue o resultado positivo, é o melhor. Mas se perde dois ou três jogos, é demitido. A exceção hoje é o Cruzeiro, com o Marcelo Oliveira. E os números estão aí para mostrar o que é manutenção do trabalho. Os resultados aparecem - concluiu.

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