O goleiro Aranha não considera necessário um encontro com a acusada
de atos racistas, Patrícia Moreira, e pediu mais investigação sobre os
insultos raciais que sofreu no jogo entre Grêmio e Santos no último dia
28, na Arena Grêmio, em Porto Alegre.
Segundo assessoria de
imprensa do Santos, o goleiro Aranha entende que não seja necessário tal
encontro. Neste momento, a preocupação do camisa 1 do Santos é de que
os responsáveis pelo ato racista sejam investigados e que respondam pelo
ocorrido no último dia 28. Ele espera também que tal repercussão do
caso sirva de lição para as praças esportivas e para a sociedade em um
todo.
O encontro rejeitado por Aranha foi um pedido da torcedora
gremista, que concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira para pedir
desculpas ao camisa 1 do Santos. Em meio a lágrimas, a jovem de 23 anos
afirmou que não se considera racista e pediu desculpas pela
participação no caso.
"Boa tarde. Eu queria muito pedir
desculpas ao goleiro Aranha. Desculpas mesmo", afirmou. "Perdão, de
coração. Eu não sou racista. Perdão, perdão", acrescentou a jovem
gaúcha.
O advogado de Patrícia acrescentou que a jovem deseja
pedir desculpas pessoalmente ao jogador do Santos. "Ela deseja muito
esse encontro. Ela disse que iria proferir isso. Ela quer esse encontro
com o Aranha", declarou Alexandre Rossato.
Na última
quinta-feira (28 de agosto) um grupo de torcedores gremistas foi
flagrado em ofensas de cunho racista contra o goleiro Aranha. O jogador
do Santos denunciou o incidente de forma imediata, mas não teve a
solicitação apreciada pelo árbitro Wilson Pereira Sampaio.
Posteriormente, com bases na transmissão de TV e imagens de circuito
interno do estádio, a direção do Grêmio ajudou a identificar alguns dos
torcedores envolvidos, que agora são investigados pela Polícia Civil de
Porto Alegre.
Grêmio é punido no STJD
Na quarta-feira, o Grêmio foi julgado no STJD e punido com a exclusão da
Copa do Brasil por conta dos atos racistas dos torcedores. Em decisão
unânime, o clube ainda recebeu uma multa total de R$ 54 mil, e as
pessoas que foram identificadas xingando o jogador foram proibidas de
entrar em estádios por 720 dias. O árbitro Wilton Pereira Sampaio
(Fifa-GO) foi multado em R$ 1.600 e suspenso por 90 dias por não relatar
o incidente na versão inicial da súmula, e os auxiliares também foram
punidos por esse motivo (multa de R$ 1 mil e suspensão de dois meses).
Entretanto, o Tricolor garante que irá buscar a reversão da pena no
Pleno do STJD. O julgamento em última instância deve ocorrer dentro de
uma semana.
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