sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Gremista pede encontro com Aranha, mas o goleiro não curtiu a ideia

O goleiro Aranha não considera necessário um encontro com a acusada de atos racistas, Patrícia Moreira, e pediu mais investigação sobre os insultos raciais que sofreu no jogo entre Grêmio e Santos no último dia 28, na Arena Grêmio, em Porto Alegre.
Segundo assessoria de imprensa do Santos, o goleiro Aranha entende que não seja necessário tal encontro. Neste momento, a preocupação do camisa 1 do Santos é de que os responsáveis pelo ato racista sejam investigados e que respondam pelo ocorrido no último dia 28. Ele espera também que tal repercussão do caso sirva de lição para as praças esportivas e para a sociedade em um todo.
O encontro rejeitado por Aranha foi um pedido da torcedora gremista, que concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira para pedir desculpas ao camisa 1 do Santos. Em meio a lágrimas, a jovem de 23 anos afirmou que não se considera racista e pediu desculpas pela participação no caso.
"Boa tarde. Eu queria muito pedir desculpas ao goleiro Aranha. Desculpas mesmo", afirmou. "Perdão, de coração. Eu não sou racista. Perdão, perdão", acrescentou a jovem gaúcha.
O advogado de Patrícia acrescentou que a jovem deseja pedir desculpas pessoalmente ao jogador do Santos. "Ela deseja muito esse encontro. Ela disse que iria proferir isso. Ela quer esse encontro com o Aranha", declarou Alexandre Rossato.
Na última quinta-feira (28 de agosto) um grupo de torcedores gremistas foi flagrado em ofensas de cunho racista contra o goleiro Aranha. O jogador do Santos denunciou o incidente de forma imediata, mas não teve a solicitação apreciada pelo árbitro Wilson Pereira Sampaio.
Posteriormente, com bases na transmissão de TV e imagens de circuito interno do estádio, a direção do Grêmio ajudou a identificar alguns dos torcedores envolvidos, que agora são investigados pela Polícia Civil de Porto Alegre. 
Grêmio é punido no STJD
Na quarta-feira, o Grêmio foi julgado no STJD e punido com a exclusão da Copa do Brasil por conta dos atos racistas dos torcedores. Em decisão unânime, o clube ainda recebeu uma multa total de R$ 54 mil, e as pessoas que foram identificadas xingando o jogador foram proibidas de entrar em estádios por 720 dias. O árbitro Wilton Pereira Sampaio (Fifa-GO) foi multado em R$ 1.600 e suspenso por 90 dias por não relatar o incidente na versão inicial da súmula, e os auxiliares também foram punidos por esse motivo (multa de R$ 1 mil e suspensão de dois meses).
Entretanto, o Tricolor garante que irá buscar a reversão da pena no Pleno do STJD. O julgamento em última instância deve ocorrer dentro de uma semana.

Torcedora do Grêmio, Patricia Moreira concede coletiva  fotos


Torcedora do Grêmio, Patricia Moreira concede entrevista coletiva Marinho Saldanha/UOL

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